segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Hypericum perforatum - Uma alternativa para a depressão

Hypericum perforatum (HP), pertencente à família das Híperícaceae, é uma espécie nativa da Europa, Ásia e África, aclimatada nos Estados Unidos. Os antigos alegavam que as propriedades mágicas do Hypericum perforatum eram, em parte, devidas ao pigmento vermelho fluorescente, um flavonóide denominado hipericina que escoa como sangue das flores esmagadas.

O extrato de HP tem ampla utilização, principalmente em alguns países da Europa, no tratamento de quadros depressivos de intensidade leve a moderada. Como todo fitoterápico, o extrato de HP apresenta uma grande quantidade de grupamentos químicos biologicamente ativos (fenilpropanos, flavonóides, biflavonóides, taninos, proantocianidinas, xantonas, floroglucinóis, naftodiantronas, óleos e aminoácidos). Grande parte dos estudos  considera que a ação antidepressiva se deve à hipericina, pela qual a maioria dos preparados comerciais são padronizados. Quanto à farmacologia clínica do HP, artigo publicado no Jornal Brasileiro de Psiquiatria em 2001, apresentou ampla revisão sobre seus parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos. Sobre o provável mecanismo de ação do HP, Chen et al. identificaram, após dez dias de tratamento em animais, alterações das funções transportadoras de alguns neurotransmissores, com aumento em sítios serotonérgicos mesolímbicos, aumento dopaminérgico no tubérculo olfatório e diminuição dopaminérgica em área tegmentar ventral, além de modulação de receptores da serotonina e opióides. Ainda em animais, foi demonstrada ação antioxidante cerebral do produto e identificado que o HP reduziu significativamente os níveis de cortisol no córtex frontal. Recentemente, Müller  afirmou que o produto apresenta uma abrangência antidepressiva não encontrada em nenhum outro medicamento conhecido, por possuir ação inibitória sobre a recaptação da serotonina, da noradrenalina e da dopamina, além de modificar a neurotransmissão do GABA e do glutamato.


Além da prática clínica, considero a Erva de São João um paliativo para quem possui quadros de depressão diagnosticados. 


Referências Bibliográficas:

Bahls, SC; “HYPERICUM PERFORATUMIN THE ANTIDEPRESSANT TREATMENT: AN UPDATE”.  ARQUIVOS BRASILEIROS DE PSIQUIATRIA, NEUROLOGIA E MEDICINA LEGAL. VOL 99 Nº 04; OUT 2005.

Paulo Mendes
Nutricionista - CRN 6683/DF
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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Raspberry Ketone: um aliado no emagrecimento


As framboesas desempenham papel na medicina desde os tempos antigos, principalmente por seus efeitos calmantes e antioxidantes.

A cetona da framboesa (Raspeberry ketone) é um composto fenólico natural responsável pelo aroma das framboesas vermelhas e possuem benefícios na perda de peso e redução da gordura corporal. Possuem em sua composição, compostos similares a sinefrina, que tem caráter estimulante, supressor de apetite e termogênico. As cetonas atuam com a Lípase Hormônio Sensível (LHS), responsável pela quebra das moléculas de gorduras para serem utilizadas como energia. As cetonas são semelhantes, também, a outra substância denominada capsaisina, encontrada em algumas pimentas, que também possui efeito termogênico.





Pesquisas demonstram que a Raspberry Ketone auxilia na regulação fisiológica da Adiponectina. A adiponectina é uma molécula secretada pelas células adiposas que, normalmente, circulam em altas concentrações. Em pessoas com sobrepeso, esses níveis são menores que a média, ainda por motivos não elucidados completamente. Essa redução pode implicar no armazenamento de gordura em outras regiões do corpo, devido ao seu funcionamento inadequado.

Níveis  de adiponectina = Níveis de gordura corporal

Paulo Mendes
Nutricionista - CRN 6683/DF
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Referências Bibliográficas: 
Morimoto CSatoh YHara MInoue STsujita TOkuda H. “Anti-obese action of raspberry ketone”. Life Science Journal. Department of Medical Biochemistry, Ehime University School of Medicine, Shigenobu-cho, Onsen-gun, Ehime 791-0295, Japan. 2005 Feb 25; 27;77(2):194-204.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Noz-da-Índia: um alerta.

Em evidência nas prescrições dietéticas atuais, está a Noz da Índia. De fato, podem auxiliar no processo inflamatório do tecido adiposo, reduzindo Colesterol LDL devido ao caráter antioxidante. Ainda com aumento discreto nas reações que envolvem Zinco e Silício, facultam na melhora de unhas, pele, cabelo e até constipação intestinal.



Entretanto, deve ser frisado seu efeito tóxico e extremamente agressivo ao metabolismo, se consumida inadequadamente.

Nome científico: Aleurites moluccana (L.) Willdenow
Nomes comuns: nogueira-de-iguape, nogueira-brasileira, noz-da-índia
Família botânica: Euphorbiaceae
Partes tóxicas: várias partes da planta
Princípios ativos tóxicos: toxialbumina, saponina
Sintomas: náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarréia, seguidos de sede, secura de mucosas, letargia. Em casos com maior gravidade, desidratação, midríase, letargia, cianose e hipertermia.

Referências Bibliográficas:
Barg, D. "Plantas tóxicas". Instituto Brasileiro de Estudos homeopáticos, Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo. 2004, São Paulo.
Scavone, O.; Panizza, S. Plantas tóxicas, 2ª edição, São Paulo, CODAC – USP, 1981, 128 p.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Zedoaria: um breve resumo sobre seus benefícios

Já é bastante elucidada a ligação entre inflamação e câncer, doenças cardiovasculares, diabetes, doenças pulmonares, doenças neurológicas e outras doenças crônicas. Muitas pesquisas têm sido realizadas nas últimas três décadas sobre essas conexões. Um dos principais responsáveis por essas alterações é o fator de transcrição NF-kB (Nuclear-Factor kappaB) que controla mais de 500 produtos de genes diferentes, emergiu como mediador importante da inflamação. Assim, os agentes que podem inibir a NF-kB e diminuir a inflamação crônica têm potencial para prevenir ou retardar o aparecimento das doenças crônicas e ainda tratá-los.

A Curcuma zerdoaria vem mostrando inúmeros resultados satisfatórios nesse âmbito. Possui efeito benéfico também
no trato digestivo, evitando a azia e a má digestão, constipação, cólica e gases intestinais. É também indicada na prevenção e tratamento de úlceras gástricas e duodenais, bem como doenças do fígado. Têm ação diurética, ativa a circulação e promove a desintoxicação do organismo. Mostrou-se eficaz também no tratamento da gota.

Por isso, torna-se um excelente aliado para envelhecermos com qualidade, funcionalidade e é claro, muita disposição.

Referências Bibliográficas:

- BHARAT et. al.Identification of Novel Anti-inflammatory Agents from Ayurvedic Medicine for Prevention of Chronic Diseases”. National Institute of Health. 2011 October 1; 12(11): 1595–1653.
- MADAN, L.; JALALPURE, S. “Effect of Curcuma zedoaria Rosc root extracts on behavioral and radiology changes in arthritic rats”. Journal of Advanced Pharmaceutical Technology. 2011 Jul-Sep; 2(3): 170–176.



Paulo Mendes
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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sim, pode-se reverter a Intolerância à Glicose ("Pré-Diabetes")


Posto hoje, o resultado após pouco mais de 6 meses de tratamento com um paciente diagnosticado com Intolerância a Glicose (“Pré-Diabetes”) após consultar o  médico, que lhe sugeriu iniciar imediatamente o tratamento com Cloridrato de Metformina (Glifage XR – hipoglicemiante oral). Consegui convencer o paciente a utilizarmos apenas a intervenção necessária e adequada para aquele momento inicial – dieta e exercício – e, como o gráfico demonstra, conseguimos reverter os valores, de 111 mg/dL para 86 mg/dL.




Sim, a “Pré-Diabetes” é reversível em muitos casos e pode dispensar o uso imediato de medicamentos.


Confie sua saúde sempre em profissionais qualificados. Afinal, com saúde não se brinca, certo?!


Paulo Mendes
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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Ácido Caféico e Elágico protegem o coração


Ácido caféico (AC) e ácido elágico (AE) são ácidos fenólicos presentes naturalmente em muitos alimentos, principalmente os vermelhos: amora, romã, uva, framboesa, morango e groselha. Efeitos cardioprotetores foram avaliados em ratos diabéticos por pesquisadores ingleses: dislipidemia, hipercoagulabilidade, estresse oxidativo e inflamação cardíaca.
Ratos diabéticos foram divididos em três grupos (15 ratos por grupo): ratos diabéticos com dieta normal; tratados com AC; ou com AE. Um grupo de ratos não-diabéticos foi utilizado como grupo controle. Após 12 semanas de tratamento, os ratos foram sacrificados e os biomarcadores para o estresse oxidático, hipercoagulabilidade e inflamação no tecido cardíaco foram medidos.
A ingestão de AC ou AE induziu maior perda de peso corporal, aumento da insulina plasmática e diminuição dos níveis de glicose plasmática. O grupo submetido à esses compostos também melhoraram significativamente as concentrações de antitrombina III, de proteína C reativa, e, ainda, reduziu o teor de triglicerídeos no tecido cardíaco e no plasma, onde os efeitos hipolipidêmicos de AE foram significativamente maiores do que a de AC.



Tanto o AC quanto AE reduziram os níveis cardíacos de malondialdeído (espécie reativa de oxigênio), IL-1Beta, IL-6, fator de necrose tumoral (TNF) e proteína quimiotática de monócitos (MCP)-1. Também foram mantidas as atividades cardíacas de glutationa peroxidase (GPX), superóxido dismutase (SOD) e catalase.

Estes resultados confirmam que AC e AE possivelmente reduzem os triglicerídeos séricos e cardíacos, colaborando ainda nas situações anticoagulantes, antioxidantes e antiinflamatórias, protegendo positivamente o tecido cardíaco de forma bastante aperfeiçoada.



Referências Bibliográficas:
Chao, P.; Cheng, H.; YIN, M.Anti-inflammatory and anti-coagulatory activities of caffeic acid and ellagic acid in cardiac tissue of diabetic mice”. Nutrition and Metabolism. 2009 August 14; 6:33.

Paulo Mendes
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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Ácido Ferúlico: um poderoso antioxidante



O Ácido Ferúlico (AF) é um poderoso antioxidante encontrado em determinadas frutas, verduras e sementes, mas principalmente em cereais como arroz e aveia. Pesquisadores coreanos do Departamento de Medicina da Universidade de Yonsei investigaram sua influência sobre a Nefropatia Diabética.

A Nefropatia Diabética é a complicação mais grave da Diabete Melito. Sabe-se que o estresse oxidativo e a inflamação desempenham papel central em seu desenvolvimento, nos mecanismos oxidantes e inflamatórios. No estudo, foram examinados dois grupos de ratos obesos diabéticos (controle e placebo).

Avaliaram os seguintes marcadores inflamatórios urinários:
- Malondialdeído (MDA) = produto final da peroxidação lipídica (estresse oxidativo);
- Proteína Quimiotática de Monócitos (MCP-1) = atraem monócitos para serem maturados como Magrófagos (sinônimo de inflamação);
- Albumina e Creatinina (avaliador renal).


A = MDA 
B = MCP-1
NG = Glicose Normal = Parâmetro de comparação
HG = Ratos Diabéticos (receberam placebo) = Níveis elevados
HG + FA = Ratos Diabéticos tratados com AF = Níveis reduzidos

Nos ratos tratados com o AF, a glicose sanguínea foi significativamente diminuída e os níveis de adiponectina aumentados, ambas as mudanças positivas. As concentrações de Albumina e Creatinina urinárias também foram reduzidas, indicando melhora da filtração renal. Os marcadores inflamatórios MDA e MCP-1 também estavam reduzidos no grupo que utilizou o AF.


Em conclusão, foi sugerido que o Ácido Ferúlico possui efeitos terapêuticos protetores tanto na Diabete Melito quanto na Nefropatia Diabética, reduzindo o estresse oxidativo e inflamação teciduais, juntamente com a intolerância à glicose.





Referências Bibliográficas:
Ran Choi, Bo Hwan Kim, Jarinyaporn Naowaboot, Mi Young Lee, Mi Ri Hyun, Eun Ju Cho, Eun Soo Lee, Eun Young Lee, Young Chul Yang, and Choon Hee Chung. Effects of ferulic acid on diabetic nephropathy in a rat model of type 2 diabetes”. Department of Internal Medicine, Yonsei University Wonju College of Medicine, Wonju 220-701, Korea. Exp Mol Med. 2011 December 31; 43(12): 676–683.




Paulo Mendes
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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Victorza: Vale o risco?


O medicamento Victorza® chegou ao Brasil em 2010. Seu desenvolvimento deu-se inicialmente para tratar indivíduos com Diabete Melito do Tipo 2. Tem como composto ativo a Liraglutida, que imita um neurotransmissor humano chamado GLP-1 (Glucagon like peptide 1). Em nosso corpo, o GLP-1 atua por aproximadamente 3 minutos; já o sintético, 24 horas. Resumidamente, o GLP-1 aumenta a absorção de glicose (induz maior liberação de insulina pelo pâncreas); estimula a sinalização do nervo vago com o hipotálamo aumentando a saciedade em nosso Sistema Nervoso, amortizando assim, o apetite. Porém, ao longo dos estudos, notou-se que ele influenciava positivamente na redução de peso corporal, algo em torno de 1,4 kg/mês. Não demorou, as indústrias farmacêuticas passaram a comercializá-lo também para este fim.



Ainda em fase de testes, o medicamento vem sendo procurado principalmente por indivíduos que buscam resultados imediatos e sem esforço para a perda de peso, e não para o tratamento da patologia original (Diabete Melito). O mais alarmante foram as reações adversas apresentadas nos ratos e nos participantes do teste - Pancreatite e Câncer Medular da Tireóide!

Extremamente raro e agressivo, este câncer representa apenas 1,1% de todos os carcinomas e possui taxa de mortalidade em 10% dos casos.


Portanto, o remédio pode realmente auxiliar na ínfima perda de 350g semanais. Vale o risco?





Referências Bibliográficas:

http://diabetes.webmd.com/news/20100126/new-diabetes-drug-victoza-approvedhttp://www.fda.gov/Drugs/DrugSafety/PostmarketDrugSafetyInformationforPatientsandProviders/ucm198543.htmMaciel RMB. Câncer da tireóide. In: Wajchenberg BL, editor. Tratado de endocrinologia clínica. 1ª ed. São Paulo: Roca, 1992. p. 404-27.Modigliani E, Cohen R, Campos J, Conte-Devolx B, Maes B, Boneu A, et al, and the GETC Study Group. Prognostic factors for survival and for biochemical cure in medullary thyroid carcinoma: results in 899 patients.Clin Endocrinol (Oxf) 1998;48:265-73. 


Paulo Mendes
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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Zinco e Câncer de Próstata


Evidências circunstanciais indicam que o Zinco (Zn) tem um papel importante no metabolismo prostático. Teores totais nesta glândula chegam a ser 10 vezes maior que em outros tecidos. Entretanto, as concentrações de Zn nas células cancerígenas da próstata estão significativamente reduzidas.

Estudo realizado pela Universidade Estadual da Escola de Medicina de Wayne em parceria com a Universidade do Centro Científico Médico de Wisconsin (EUA), utilizou ratos para dosar os efeitos do Zn no desenvolvimento de câncer prostático. Após a pesquisa, os pesos tumorais foram significativamente mais elevados nos ratos que tiveram consumo deficientes ou elevados de Zinco, sugerindo que uma ingestão dietética equilibrada pode desempenhar papel protetor.

Dois hormônios possuem efeitos diretos no controle do câncer: IGF-1 e IGFBP-3. Níveis elevados de IGF-1 e baixos de IGFBP-3 estimulam o câncer; portanto, o ideal é termos níveis baixos de IGF-1 e altos de IGFBP-3.




A resposta dos ratos em relação ao Zn:
- Consumo insuficiente (Control): IGF-1 alto (ruim) e IGFBP-3 normal.
- Consumo suficiente (30): IGF-1 baixo (bom) e IGFBP-3 normal.
- Consumo elevado (150): IGF-1 alto (ruim) e IGFBP-3 normal.

Podemos concluir, novamente, que o equilíbrio é a chave. Nem muito, nem pouco. Apenas o suficiente.


Referência Bibliográfica:

Prasad, A.; Hasan, M.; Frances, B.; Vagar, A.; Imtiaz, S.; Maria, D.; Bilal, H.; Omer, K. “Dietary Zinc and Prostate Cancer in the TRAMP mouse model”. Departament of Internal Medicine Division of Hematology/Oncology, Wayne State University and Department of Dermatology, University of Wisconsin, Madison, USA.
Journal of Medical Food. 2010 Feb; 13(1): 70-76.

Paulo Mendes

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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Adoçante engorda mais do que Açúcar ?


.O consumo de bebidas adoçadas com açúcar pode ser considerado uma das causas alimentares que induz o surgimento de desordens metabólicas, tais como obesidade, dislipidemia e Diabete Melito. Portanto, substituir o açúcar por adoçantes de baixas calorias pode ser uma estratégia eficaz na gestão do peso, certo? Errado.
Estudo realizado pelo Departamento de Psicologia na Universidade da Flórida, avaliou respostas fisiológicas após o consumo de três adoçantes: Sacarose, Estévia e Aspartame. Por incrível que pareça, a maior resposta insulinêmica fora encontrada após o consumo de Aspartame (Ácido Aspártico + Fenilalanina).




Maior resposta insulinêmica significa maior pico de insulina no sangue. Sabendo que a insulina é um hormônio anabólico, favorecerá maior armazenamento de Ácidos Graxos (gordura) nos adipócitos via Lipoproteína-Lipase (LPL). Ou seja, mesmo praticamente não contendo calorias, indiretamente, o Aspartame engorda mais do que o açúcar, devido ao retorno plasmático de insulina. No longo prazo, seu consumo provoca maior desgaste pancreático, assim como, o favorecimento de  inflamações endoteliais de forma mais incisiva.


Referência Bibliográfica:

Anton, S.; Martin, C.; Hongmei, M.; Coulon, B.; William, C.; Geiselman, P.; Williamson, D. “Effects of stevia, aspartame, and sucrose on food intake, satiety, and postprandial glucose and insulin levels”. Pennington Biomedical Research Center, Baton Rouge, Louisiana, Departmente of Aging and Geriatric Research, University of Floria, Department of Psychology, Louisiana State University.
National Institue of Health. 2010 August; 55(1): 37-43.



Paulo Mendes
Nutricionista - CRN 6683/DF
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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Cúrcuma auxilia na proteção da retina


Estudo publicado recentemente, no dia 11 de Abril, pelo Departamento de Visão Molecular da Universidade de Emory (Atlanta; EUA), em parceria com o Centro de Oftamologia Zhongshan (China), avaliou a influência da Cúrcuma (Açafrão) na defesa contra o estresse oxidativo em células epiteliais da retina.

Após 3 horas de tratamento in vitro com Curcumina (substância presente na Cúrcuma), fora notado aumento da defesa e no efeito citoprotetor contra o estresse oxidativo induzido por Peróxido de Hidrogênio (H202) e maior expressão da enzima Heme Oxigenase-1 (HO-1), positiva na indução por apoptose das espécies reativas de oxigênio (ERO) no epitélio pigmentar da retina (EPR).

Portanto, o consumo regular de Cúrcuma pode proteger nossas retinas da degeneração por radicais livres em longo prazo, combatendo-os devido ao aumento da enzima HO-1.



Referência Bibliográfica:
Je Moon woo, Da-Yong Shin, Sung Ju Lee, Yeonsoo Joe, Min Zheng, Jin Ho Yim, Zak Callaway, and Hun Taeg Ghung. “Curcumin protects retinal pigment eputhelial cells against oxidative stress via induction of heme oxygenase-1 expressio and reduction of reactive oxygen”. Molecular Vision – Biology and Genetics in Vision Research. Mol Vis. 2012; 18: 901-908. 2012 April 11.




Paulo Mendes
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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Desvendando a fórmula mágica da C*ca-C*la !


Concentrado de açúcar queimado (cor escura e sabor); ácido ortofosfórico (azedo); sacarose e açúcar (HFCS - High Fructose Corn Syrup - açúcar líquido do milho); extrato da folha da COCA (África e Índia); cafeína (estimulante), conservante (Benzoato de Sódio ou Benzoato de Potássio); Dióxido de Carbono ("refrigeração"); e sódio (Cloreto de Sódio).

Coincidentemente, somente a C*ca-C*la tem autorização para utilizar o ácido ortofosfórico, pois todos os outros concorrentes utilizam o ácido fosfórico ou cítrico...  

O ácido ortofosfórico gera a sensação de limpeza na boca e nos dentes, pois “frita” (ácido forte) os mesmos, removendo o esmalte dentário e capaz até de induzir má formação dos ossos e dentes de crianças em desenvolvimento, geralmente dos 2 aos 14 anos. A bula desses ácidos alerta sobre o perigo de manuseio, capaz de queimar a íris do olho e até mesmo a pele.

Reações ao consumir uma lata de C*ca-C*la:

- 10 minutos: 10 colheres de chá de açúcar (40g) atingem o metabolismo, 100% do recomendado diariamente. O regurgitar devido ao doce extremo não acontece porque o ácido fosfórico neutraliza o gosto.
- 20 minutos: A glicemia (açúcar no sangue) eleva-se exageradamente, induzindo pico de insulina. O fígado responde convertendo grande parte deste açúcar em gordura.
- 40 minutos: Elevadas concentrações de açúcar, adoçantes e ácidos aumentam a excreção de cálcio na urina, reduzindo as concentrações que circulam no sangue, que por sua vez vão buscar estoque nas reservas (ossos). Este processo de forma repentina em longo prazo pode induzir osteoporose.
- 60 minutos: As propriedades diuréticas da cafeína entram em ação, eliminando minerais essenciais ao nosso metabolismo: Cálcio, Magnésio e Zinco.

Para muitos vale a pena, para outros, nem tanto. Preserve seu organismo.



Paulo Mendes
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quinta-feira, 15 de março de 2012

O mistificado "Óxido Nítrico"



A enorme variedade de produtos milagrosos ofertados pelas indústrias suplementícias, extrapola a ciência dos praticantes de atividade física. Em evidência nas prateleiras e prescrições, está os suplementos a base de Óxido Nítrico (N.O., do inglês Nitric Oxide), chamados “Vaso-Dilatadores”.

Afinal, o que é Óxido Nítrico?

O Óxido Nítrico é um gás de ação rápida, com meia-vida aproximada de 10 segundos (sim, 10 segundos!), agindo principalmente no sistema cardiovascular, imunológico e nervoso.

É sintetizado através do aminoácido Arginina, condicionalmente essencial. Nosso metabolismo produz diariamente, aproximadamente 2000 vezes mais Arginina do que realmente necessitamos e utilizamos. Qual a intenção em consumir suplementos com maiores quantidades de Arginina, uma vez que não temos essa demanda?

O principal fator limitante para a síntese do Óxido Nítrico, portanto, não é a disponibilidade de Arginina, e sim a presença da enzima que converte Arginina em Óxido Nítrico, chamada "Óxido Nítrico Sintase". Sendo o número de enzimas disponíveis limitadas, não haverá diferença na quantidade final do produto, tendo disponível 1g ou 1000g de Arginina.



E o efeito aparentemente vasodilatador gerado após o consumo desses suplementos, se dá principalmente pela presença do termogênico cafeína, que gera vaso-constrição central (p.e. cardíaca) e vaso-dilatação periférica (p.e. ante-braços e perna). Entretanto, essa vasodilatação é apenas capilar (vasos de pequenos calibres do sistema circulatório), e não intramuscular.

Mais uma vez, devemos estar atentos com as promessas.

Paulo Mendes
Nutricionista – CRN 6683/DF
paulo@paulomendes.ntr.br





Referências Bibliográficas

1 – Hall, J.; Guyton, A.Tratado de Fisiologia Médica. 11ª Edição Ed. Elsevier, 2006.
2 – Loscalzo, J.What we know and dont know about L-Arginine and NO. American Heart Association, 2000; 101, p 2126-2129.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Nutrição Funcional. Afinal, o que ela realmente é?


Atualmente, todos sabem qual é a dieta da moda: dietas baseadas na "Nutrição Funcional".

Primeiramente, vamos entender o que são Alimentos Funcionais: alimentos com nutrientes capazes de promover efeitos fisio-metabólicos favoráveis, além desempenhar papel potencialmente benéfico na
redução do risco de doenças crônicas degenerativas, apresentados da forma mais simples à mais complexa.

Podemos descrever as de efeito simples como nutrientes básicos, de comum ingestão cotidiana, como alimentos fontes de Vitamina E, Vitamina D, Selênio; já os complexos, substâncias encontradas com maior raridade nos alimentos: Quercetina, Resveratrol e Cúrcuma são bons exemplos.

O mais interessante é que muitos profissionais adeptos da Nutrição Funcional, apesar de se atentarem ao aspecto antioxidante, antiidade e anticatabólico, esquecem de um dos pontos nutricionais que considero mais relevantes: o perfil pró-inflamatório dos alimentos, comumente presentes em suas prescrições.

Mas o que seria esse perfil inflamatório? Resumidamente, são alimentos com alto teor alergênico e depressores do Sistema Imunológico: pão, derivados do trigo, laticínios, embutidos (peito de peru, presunto, blanquet etc.), margarina e/ou Becel, soja, entre outros. Familiar em sua dieta?

Inúmeros são os estudos científicos provenientes principalmente do Canadá e Estados Unidos, que associam doenças e degenerações metabólicas (Sarcoidose, Aterosclerose, Resistência à Insulina, Pelagra etc.) com o simples consumo constante desta classe de alimentos.

Portanto, a Nutrição Funcional deve considerar estes dois aspectos para que realmente seja  efetiva. Deverá ser a diferença entre "Alimentos Funcionais - Alimentos Inflamatórios".




Paulo Mendes 
Nutricionista - CRN 6683/DF
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