segunda-feira, 21 de maio de 2012

Ácido Ferúlico: um poderoso antioxidante



O Ácido Ferúlico (AF) é um poderoso antioxidante encontrado em determinadas frutas, verduras e sementes, mas principalmente em cereais como arroz e aveia. Pesquisadores coreanos do Departamento de Medicina da Universidade de Yonsei investigaram sua influência sobre a Nefropatia Diabética.

A Nefropatia Diabética é a complicação mais grave da Diabete Melito. Sabe-se que o estresse oxidativo e a inflamação desempenham papel central em seu desenvolvimento, nos mecanismos oxidantes e inflamatórios. No estudo, foram examinados dois grupos de ratos obesos diabéticos (controle e placebo).

Avaliaram os seguintes marcadores inflamatórios urinários:
- Malondialdeído (MDA) = produto final da peroxidação lipídica (estresse oxidativo);
- Proteína Quimiotática de Monócitos (MCP-1) = atraem monócitos para serem maturados como Magrófagos (sinônimo de inflamação);
- Albumina e Creatinina (avaliador renal).


A = MDA 
B = MCP-1
NG = Glicose Normal = Parâmetro de comparação
HG = Ratos Diabéticos (receberam placebo) = Níveis elevados
HG + FA = Ratos Diabéticos tratados com AF = Níveis reduzidos

Nos ratos tratados com o AF, a glicose sanguínea foi significativamente diminuída e os níveis de adiponectina aumentados, ambas as mudanças positivas. As concentrações de Albumina e Creatinina urinárias também foram reduzidas, indicando melhora da filtração renal. Os marcadores inflamatórios MDA e MCP-1 também estavam reduzidos no grupo que utilizou o AF.


Em conclusão, foi sugerido que o Ácido Ferúlico possui efeitos terapêuticos protetores tanto na Diabete Melito quanto na Nefropatia Diabética, reduzindo o estresse oxidativo e inflamação teciduais, juntamente com a intolerância à glicose.





Referências Bibliográficas:
Ran Choi, Bo Hwan Kim, Jarinyaporn Naowaboot, Mi Young Lee, Mi Ri Hyun, Eun Ju Cho, Eun Soo Lee, Eun Young Lee, Young Chul Yang, and Choon Hee Chung. Effects of ferulic acid on diabetic nephropathy in a rat model of type 2 diabetes”. Department of Internal Medicine, Yonsei University Wonju College of Medicine, Wonju 220-701, Korea. Exp Mol Med. 2011 December 31; 43(12): 676–683.




Paulo Mendes
Nutricionista - CRN 6683/DF
paulo@paulomendes.ntr.br





quarta-feira, 16 de maio de 2012

Victorza: Vale o risco?


O medicamento Victorza® chegou ao Brasil em 2010. Seu desenvolvimento deu-se inicialmente para tratar indivíduos com Diabete Melito do Tipo 2. Tem como composto ativo a Liraglutida, que imita um neurotransmissor humano chamado GLP-1 (Glucagon like peptide 1). Em nosso corpo, o GLP-1 atua por aproximadamente 3 minutos; já o sintético, 24 horas. Resumidamente, o GLP-1 aumenta a absorção de glicose (induz maior liberação de insulina pelo pâncreas); estimula a sinalização do nervo vago com o hipotálamo aumentando a saciedade em nosso Sistema Nervoso, amortizando assim, o apetite. Porém, ao longo dos estudos, notou-se que ele influenciava positivamente na redução de peso corporal, algo em torno de 1,4 kg/mês. Não demorou, as indústrias farmacêuticas passaram a comercializá-lo também para este fim.



Ainda em fase de testes, o medicamento vem sendo procurado principalmente por indivíduos que buscam resultados imediatos e sem esforço para a perda de peso, e não para o tratamento da patologia original (Diabete Melito). O mais alarmante foram as reações adversas apresentadas nos ratos e nos participantes do teste - Pancreatite e Câncer Medular da Tireóide!

Extremamente raro e agressivo, este câncer representa apenas 1,1% de todos os carcinomas e possui taxa de mortalidade em 10% dos casos.


Portanto, o remédio pode realmente auxiliar na ínfima perda de 350g semanais. Vale o risco?





Referências Bibliográficas:

http://diabetes.webmd.com/news/20100126/new-diabetes-drug-victoza-approvedhttp://www.fda.gov/Drugs/DrugSafety/PostmarketDrugSafetyInformationforPatientsandProviders/ucm198543.htmMaciel RMB. Câncer da tireóide. In: Wajchenberg BL, editor. Tratado de endocrinologia clínica. 1ª ed. São Paulo: Roca, 1992. p. 404-27.Modigliani E, Cohen R, Campos J, Conte-Devolx B, Maes B, Boneu A, et al, and the GETC Study Group. Prognostic factors for survival and for biochemical cure in medullary thyroid carcinoma: results in 899 patients.Clin Endocrinol (Oxf) 1998;48:265-73. 


Paulo Mendes
Nutricionista - CRN 6683/DF
paulo@paulomendes.ntr.br

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Zinco e Câncer de Próstata


Evidências circunstanciais indicam que o Zinco (Zn) tem um papel importante no metabolismo prostático. Teores totais nesta glândula chegam a ser 10 vezes maior que em outros tecidos. Entretanto, as concentrações de Zn nas células cancerígenas da próstata estão significativamente reduzidas.

Estudo realizado pela Universidade Estadual da Escola de Medicina de Wayne em parceria com a Universidade do Centro Científico Médico de Wisconsin (EUA), utilizou ratos para dosar os efeitos do Zn no desenvolvimento de câncer prostático. Após a pesquisa, os pesos tumorais foram significativamente mais elevados nos ratos que tiveram consumo deficientes ou elevados de Zinco, sugerindo que uma ingestão dietética equilibrada pode desempenhar papel protetor.

Dois hormônios possuem efeitos diretos no controle do câncer: IGF-1 e IGFBP-3. Níveis elevados de IGF-1 e baixos de IGFBP-3 estimulam o câncer; portanto, o ideal é termos níveis baixos de IGF-1 e altos de IGFBP-3.




A resposta dos ratos em relação ao Zn:
- Consumo insuficiente (Control): IGF-1 alto (ruim) e IGFBP-3 normal.
- Consumo suficiente (30): IGF-1 baixo (bom) e IGFBP-3 normal.
- Consumo elevado (150): IGF-1 alto (ruim) e IGFBP-3 normal.

Podemos concluir, novamente, que o equilíbrio é a chave. Nem muito, nem pouco. Apenas o suficiente.


Referência Bibliográfica:

Prasad, A.; Hasan, M.; Frances, B.; Vagar, A.; Imtiaz, S.; Maria, D.; Bilal, H.; Omer, K. “Dietary Zinc and Prostate Cancer in the TRAMP mouse model”. Departament of Internal Medicine Division of Hematology/Oncology, Wayne State University and Department of Dermatology, University of Wisconsin, Madison, USA.
Journal of Medical Food. 2010 Feb; 13(1): 70-76.

Paulo Mendes

Nutricionista - CRN 6683/DF

paulo@paulomendes.ntr.br



sexta-feira, 4 de maio de 2012

Adoçante engorda mais do que Açúcar ?


.O consumo de bebidas adoçadas com açúcar pode ser considerado uma das causas alimentares que induz o surgimento de desordens metabólicas, tais como obesidade, dislipidemia e Diabete Melito. Portanto, substituir o açúcar por adoçantes de baixas calorias pode ser uma estratégia eficaz na gestão do peso, certo? Errado.
Estudo realizado pelo Departamento de Psicologia na Universidade da Flórida, avaliou respostas fisiológicas após o consumo de três adoçantes: Sacarose, Estévia e Aspartame. Por incrível que pareça, a maior resposta insulinêmica fora encontrada após o consumo de Aspartame (Ácido Aspártico + Fenilalanina).




Maior resposta insulinêmica significa maior pico de insulina no sangue. Sabendo que a insulina é um hormônio anabólico, favorecerá maior armazenamento de Ácidos Graxos (gordura) nos adipócitos via Lipoproteína-Lipase (LPL). Ou seja, mesmo praticamente não contendo calorias, indiretamente, o Aspartame engorda mais do que o açúcar, devido ao retorno plasmático de insulina. No longo prazo, seu consumo provoca maior desgaste pancreático, assim como, o favorecimento de  inflamações endoteliais de forma mais incisiva.


Referência Bibliográfica:

Anton, S.; Martin, C.; Hongmei, M.; Coulon, B.; William, C.; Geiselman, P.; Williamson, D. “Effects of stevia, aspartame, and sucrose on food intake, satiety, and postprandial glucose and insulin levels”. Pennington Biomedical Research Center, Baton Rouge, Louisiana, Departmente of Aging and Geriatric Research, University of Floria, Department of Psychology, Louisiana State University.
National Institue of Health. 2010 August; 55(1): 37-43.



Paulo Mendes
Nutricionista - CRN 6683/DF
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