O Hypericum
perforatum (HP),
pertencente à família das Híperícaceae, é uma espécie nativa da Europa, Ásia e
África, aclimatada nos Estados Unidos. Os antigos alegavam que as propriedades
mágicas do Hypericum perforatum eram,
em parte, devidas ao pigmento vermelho fluorescente, um flavonóide denominado hipericina que escoa como sangue das flores esmagadas.
O extrato de
HP tem ampla utilização, principalmente em alguns países da Europa,
no tratamento de quadros depressivos de intensidade leve a
moderada. Como todo fitoterápico, o extrato de HP apresenta uma grande
quantidade de grupamentos químicos biologicamente ativos
(fenilpropanos, flavonóides, biflavonóides, taninos, proantocianidinas,
xantonas, floroglucinóis, naftodiantronas, óleos e aminoácidos). Grande parte
dos estudos considera que a ação antidepressiva se deve à
hipericina, pela qual a maioria dos preparados comerciais são
padronizados. Quanto à farmacologia clínica do HP,
artigo publicado no Jornal Brasileiro de Psiquiatria em 2001,
apresentou ampla revisão sobre seus parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos.
Sobre o provável mecanismo de ação do HP, Chen et
al. identificaram, após dez dias de tratamento em animais, alterações
das funções transportadoras de alguns neurotransmissores, com aumento em
sítios serotonérgicos mesolímbicos, aumento dopaminérgico no tubérculo
olfatório e diminuição dopaminérgica em área tegmentar ventral, além de
modulação de receptores da serotonina e
opióides. Ainda em animais, foi demonstrada ação antioxidante cerebral do
produto e identificado que o HP reduziu significativamente os níveis de
cortisol no córtex frontal. Recentemente, Müller afirmou que o
produto apresenta uma abrangência antidepressiva não encontrada em nenhum outro medicamento
conhecido, por possuir ação inibitória sobre a recaptação da serotonina,
da noradrenalina e da dopamina, além de modificar a
neurotransmissão do GABA e do glutamato.
Além da
prática clínica, considero a Erva de São João um paliativo para quem possui
quadros de depressão diagnosticados.
Referências Bibliográficas:
Bahls, SC; “HYPERICUM PERFORATUMIN
THE ANTIDEPRESSANT TREATMENT: AN UPDATE”. ARQUIVOS BRASILEIROS
DE PSIQUIATRIA, NEUROLOGIA E MEDICINA LEGAL. VOL 99 Nº 04; OUT 2005.
Paulo Mendes
Nutricionista - CRN 6683/DF
paulo@paulomendes.ntr.br
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