segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Hypericum perforatum - Uma alternativa para a depressão

Hypericum perforatum (HP), pertencente à família das Híperícaceae, é uma espécie nativa da Europa, Ásia e África, aclimatada nos Estados Unidos. Os antigos alegavam que as propriedades mágicas do Hypericum perforatum eram, em parte, devidas ao pigmento vermelho fluorescente, um flavonóide denominado hipericina que escoa como sangue das flores esmagadas.

O extrato de HP tem ampla utilização, principalmente em alguns países da Europa, no tratamento de quadros depressivos de intensidade leve a moderada. Como todo fitoterápico, o extrato de HP apresenta uma grande quantidade de grupamentos químicos biologicamente ativos (fenilpropanos, flavonóides, biflavonóides, taninos, proantocianidinas, xantonas, floroglucinóis, naftodiantronas, óleos e aminoácidos). Grande parte dos estudos  considera que a ação antidepressiva se deve à hipericina, pela qual a maioria dos preparados comerciais são padronizados. Quanto à farmacologia clínica do HP, artigo publicado no Jornal Brasileiro de Psiquiatria em 2001, apresentou ampla revisão sobre seus parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos. Sobre o provável mecanismo de ação do HP, Chen et al. identificaram, após dez dias de tratamento em animais, alterações das funções transportadoras de alguns neurotransmissores, com aumento em sítios serotonérgicos mesolímbicos, aumento dopaminérgico no tubérculo olfatório e diminuição dopaminérgica em área tegmentar ventral, além de modulação de receptores da serotonina e opióides. Ainda em animais, foi demonstrada ação antioxidante cerebral do produto e identificado que o HP reduziu significativamente os níveis de cortisol no córtex frontal. Recentemente, Müller  afirmou que o produto apresenta uma abrangência antidepressiva não encontrada em nenhum outro medicamento conhecido, por possuir ação inibitória sobre a recaptação da serotonina, da noradrenalina e da dopamina, além de modificar a neurotransmissão do GABA e do glutamato.


Além da prática clínica, considero a Erva de São João um paliativo para quem possui quadros de depressão diagnosticados. 


Referências Bibliográficas:

Bahls, SC; “HYPERICUM PERFORATUMIN THE ANTIDEPRESSANT TREATMENT: AN UPDATE”.  ARQUIVOS BRASILEIROS DE PSIQUIATRIA, NEUROLOGIA E MEDICINA LEGAL. VOL 99 Nº 04; OUT 2005.

Paulo Mendes
Nutricionista - CRN 6683/DF
paulo@paulomendes.ntr.br